Já Débora dos Santos, uma mulher pobre, ativista, ousou cometer um crime "gravíssimo": pichou uma estátua com batom. Sim, batom. Vermelho. Indignação em forma de maquiagem. Foi presa em março de 2023. Já são mais de 740 dias presa. Mais do que o assassino de Marielle.
Enquanto isso, Chiquinho, o mandante do assassinato mais emblemático da política brasileira nos últimos anos, ainda não completou nem dois carnavais atrás das grades. Mas Débora já viu dois aniversários da cela.
É o Brasil onde o batom deixa mais marca que uma bala. Onde o crime contra o patrimônio vale mais do que o crime contra a vida.
Se rir é resistência, então vamos rir da tragédia:
Chiquinho matou. Débora pintou. Mas quem tá pagando caro mesmo... é o batom.
Se Débora tivesse usado lápis de olho, talvez pegasse perpétua.
Focoelho
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