Durante audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (24), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, esqueceu o microfone ligado e afirmou, em voz baixa, “fiz uma cagada”, após ser alertado pelo ministro Alexandre de Moraes. O comentário foi captado ao vivo.
O momento ocorreu durante o depoimento do ex-ministro Aldo Rebelo, que foi ouvido como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier. Em determinado trecho, Gonet questionou Rebelo sobre a possibilidade de a Marinha atuar sozinha em uma tentativa de golpe, sem o apoio do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB).
A mesma pergunta havia sido feita momentos antes pelo advogado do almirante Garnier, Demóstenes Torres, e foi vetada por Moraes. “Doutor, por favor. Não tem condições de saber isso. Não podemos ficar aqui fazendo conjecturas sem base na realidade”, disse o ministro, barrando a questão da defesa.
No entanto, ao ser feita pelo procurador-geral, a pergunta não foi inicialmente interrompida. Diante da incongruência, a defesa pediu a palavra: “Ele está pedindo opinião, vossa excelência. Se eu não posso pedir opinião, ele também não poderia.” Moraes, então, solicitou a reformulação do questionamento, pedindo maior objetividade e foco nos fatos.
Durante o ajuste na formulação, Gonet, acreditando ter silenciado o microfone, comentou: “Fiz uma cagada”. A fala foi captada pelos sistemas de áudio da Corte.
O depoimento de Aldo Rebelo integra a oitiva de testemunhas no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022.
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